O salário mínimo subiu para R$ 1.518 em 2025, mas ainda está longe de ser suficiente para garantir uma vida digna. Segundo levantamento divulgado pelo Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos) em 6 de fevereiro, o valor necessário para cobrir os custos básicos de uma família de quatro pessoas deveria ser de R$ 7.156,15.
Esse montante considera gastos essenciais com alimentação, moradia, saúde, educação, transporte e outras necessidades do cotidiano. A estimativa é quase cinco vezes maior que o salário mínimo atual, o que evidencia um descomo entre renda e custo de vida.
Cálculo do salário mínimo leva em conta alta da cesta básica

O estudo tem como base o preço da cesta básica mais cara do país, registrada em São Paulo, que atingiu R$ 851,82 em janeiro. Outras capitais também apresentaram valores elevados, como Florianópolis (R$ 808,75) e Rio de Janeiro (R$ 802,88). No total, 13 das 17 capitais analisadas tiveram alta nos preços dos alimentos.
O Dieese também considera o que está previsto na Constituição: o salário mínimo deve ser capaz de atender às necessidades básicas do trabalhador e de sua família.
No entanto, com a inflação e o aumento constante dos preços, a distância entre o ideal e o real continua preocupando quem depende exclusivamente desse rendimento.
Como o Brasil se compara com outros países da América Latina
Embora tenha ado de R$ 1.412 para R$ 1.518 neste ano, o salário mínimo brasileiro ainda está longe de ser o mais alto da região. Em dólares, o valor equivale a US$ 244,70, segundo a conversão de janeiro de 2025.
Enquanto isso, países como Costa Rica (US$ 725,60), Uruguai (US$ 505,40) e Chile (US$ 504) apresentam salários mínimos significativamente superiores, mesmo considerando as disparidades no custo de vida. O México também se destaca, com US$ 416,60, superando com folga o valor brasileiro.
Além disso, o Brasil fica atrás de outros países menores em termos de PIB, como Guatemala (US$ 466,50) e Honduras (US$ 356,60), o que reforça a percepção de que ainda há um longo caminho a percorrer para garantir um rendimento compatível com as necessidades básicas da população trabalhadora.
Portanto, o levantamento reforça as desigualdades salariais na região e destaca a distância entre o salário mínimo e o ideal, especialmente diante da inflação e da elevação contínua dos custos básicos, que impactam diretamente a vida de milhões de trabalhadores brasileiros.
*Com informações de G1 e Auditoria Cidadã da Dívida